Abdominoplastia

 

Procedimento indicado para pessoas que apresentem excesso cutâneo, estrias e flacidez da parede abdominal. Tais alterações ocorrem geralmente após a gestação e/ou oscilações de peso não melhorando com prática de atividades física e dieta balanceada.

  1. Avaliação Pré-Operatória

O paciente candidato à cirurgia plástica abdominal deve apresentar boa condição de saúde, estar no peso ideal ou próximo à este. É necessário avaliação clínica completa e exames complementares, identificando fatores de risco para complicações. Para o paciente que será submetido a lipoaspiração do abdômen é importante a avaliação da parede abdominal, identificando pontos de fraqueza e hérnias que podem predispor a complicações. É de fundamental importância que o paciente esclareça todas as dúvidas e a expectativa pelo resultado seja realista. As técnicas comumente utilizadas são a lipoaspiração isolada, a miniabdominoplastia, a abdominoplastia clássica e a abdominoplastia em âncora. Modernamente, os três últimos procedimentos são associados a lipoaspiração para tratamento de gordura localizada, principalmente nas costas, flancos, parte superior do abdômen e monte de vênus. Comentamos abaixo indicações para as técnicas previamente mencionadas.

  • Para pacientes que apresentam apenas áreas de gordura localizada, com bom tônus da parede abdominal e sem excedente cutâneo, a lipoaspiração é o único procedimento necessário.
  • Pacientes que apresentam estrias e flacidez apenas na parte inferior do abdômen, a miniabdominoplastia é o procedimento indicado. Resulta em uma cicatriz um pouco menor na parte inferior do abdômen. Geralmente não é necessário cicatriz em torno do umbigo.
  • Pacientes que apresentam estrias e flacidez localizadas na parte inferior e superior do abdômen, a abdominoplastia é o procedimento mais adequado. Resulta em uma cicatriz na parte inferior do abdômen e em torno do umbigo.
  • Pacientes com grande sobra de pele, principalmente após cirurgia bariátrica tem indicação de abdominoplastia em âncora ( resulta em cicatriz vertical, horizontal e em torno do umbigo) para tratamento adequado.

  1. Procedimento

Dependendo da extensão de tecido que deve ser removido e dos procedimentos associados, a duração pode variar entre duas e cinco horas. As incisões são desenhadas inicialmente com o paciente em pé. A anestesia poderá ser geral ou regional de acordo com o caso. O procedimento inicia com a limpeza e antissepsia da área a ser trabalhada. Esse procedimento frequentemente é associado a uma lipoaspiração para remoção de gordura localizada (costas, flancos e abdômen) e obtenção de melhores resultados.

Uma das incisões é localizada região inferior do abdômen sendo posicionada de forma a ficar escondida sob o traje de banho. Também é necessária uma segunda incisão em torno do umbigo. Na sequência, a pele e a camada de gordura abdominal são cuidadosamente separadas dos músculos da região. A ação que produz uma parede abdominal plana afinando a cintura recebe o nome de plicatura, ou seja, pontos cirúrgicos efetuados para unir os músculos reto abdominais.

O passo seguinte é a remoção do excedente cutâneo na parte inferior do abdômen juntamente com o reposicionamento do umbigo. O fechamento é então realizado reconstruindo-se a adesão entre a camada de gordura e a musculatura. Isso evita a formação de líquido na região além de excluir a necessidade do uso de drenos na maioria dos pacientes.

Finalmente, a sutura das incisões umbilical e inferior é realizada sendo associada a um curativo que deve ser mantido fechado durante três a sete dias. Com isso, o abdômen tende a ficar plano e firme sem excesso de pele além da obtenção de uma cintura mais fina.

  1. Recuperação e Cuidados

Recomenda-se o uso de uma malha de compressão durante 30 dias. A vestimenta apertada auxilia a reduzir o edema e evita a formação de líquido, além de oferecer conforto ao paciente e auxiliar no processo de cicatrização. Logo após o procedimento o paciente pode ter dificuldade em ficar na posição ereta, mas, mesmo assim indica-se pequenas caminhadas imediatamente após a recuperação anestésica para melhorar o fluxo sanguíneo e a respiração. A alta de um procedimento de abdominoplastia ocorre entre 12 e 24 horas.

O curativo pode ser molhado em 48 horas e após o banho deve ser seco com um secador de cabelos. Entre 3 e 7 dias, os pacientes são liberados para a drenagem linfática que irá auxiliar no processo de reabsorção do edema. Recomenda-se que o paciente ande levemente curvado, ou seja com o tronco em flexão, por duas a três semanas – período no qual a maioria dos pacientes estará apto a retornar ao trabalho. Indica-se também evitar exercícios e atividades mais intensas no período de seis semanas após a cirurgia.

Assim como qualquer procedimento cirúrgico recomenda-se evitar a exposição direta ao sol por três meses (tendência a pigmentar a cicatriz e a aumentar o edema) além de manter a pele bem hidratada. É importante manter a cicatriz coberta com uma fita elástica ou uma tira de silicone. Técnicas de massagem e de hidratação da cicatriz também podem ser realizadas. Recomenda-se o uso de heparina subcutânea por 7 a 10 dias para prevenção de embolia pulmonar e trombose venosa profunda.

  1. Resultados

A avaliação dos resultados deverá ser feita depois de seis meses, pois é após este prazo que a reabsorção do edema estará completa. Em alguns casos, algum retoque pode ser necessário mas o mesmo não deve ser feito antes de seis meses. Novas gestações e variações de peso podem comprometer os resultados alcançados. Entretanto, esses resultados podem ser mantidos por vários anos em pacientes com dieta adequada e exercícios físicos regulares.

 

Dr. Eduardo Dalberto
CREMERS 31347
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)

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