Miniabdominoplastia
Procedimento indicado para pessoas que apresentem um pequeno excesso cutâneo, estrias e flacidez apenas na parte inferior da parede abdominal. Tais alterações ocorrem geralmente após a gestação e/ou oscilações de peso, não melhorando com prática de atividade física e dieta balanceada. Para melhorar o contorno corporal recomenda-se a associação com a lipoaspiração para tratamento de gordura localizada, principalmente no abdômen, gordurinha do soutien, flancos, monte de vênus, culotes e parte interna das coxas. Também é possível o uso da gordura retirada para realizar um enxerto e remodelamento glúteo.
O paciente candidato à cirurgia plástica abdominal deve apresentar boa condição de saúde, estar no peso ideal ou próximo à este. É necessário avaliação clínica completa e exames complementares, identificando fatores de risco para complicações. É de fundamental importância que o paciente esclareça todas as dúvidas e que a expectativa pelo resultado seja realista. Cada paciente deve ter um plano de tratamento individualizado. Dependendo das alterações e da expectativa da paciente, os seguintes procedimentos costumam ser indicados:
- Para pacientes que apresentam apenas áreas de gordura localizada, com bom tônus da parede abdominal e sem excedente cutâneo, a lipoaspiração é o único procedimento necessário.
- Pacientes que apresentam estrias e flacidez apenas na parte inferior do abdômen, a miniabdominoplastia é o procedimento indicado. Resulta em uma cicatriz um pouco menor na parte inferior do abdômen. Geralmente não é necessário cicatriz em torno do umbigo.
- Pacientes que apresentam estrias e flacidez localizadas na parte inferior e superior do abdômen, a abdominoplastia é o procedimento mais adequado. Resulta em uma cicatriz na parte inferior do abdômen e em torno do umbigo.
- Pacientes com grande sobra de pele, principalmente após cirurgia bariátrica tem indicação de abdominoplastia em âncora (resulta em cicatriz vertical, horizontal e em torno do umbigo) para tratamento adequado.
- Procedimento
Dependendo da extensão de tecido que deve ser removido e dos procedimentos associados, a duração pode variar entre duas e quatro horas. As incisões são desenhadas inicialmente com o paciente em pé. A anestesia poderá ser geral ou regional de acordo com o caso. O procedimento inicia com a limpeza e antissepsia da área a ser trabalhada. Esse procedimento frequentemente é associado a uma lipoaspiração para remoção de gordura localizada (gordurinha do soutien, flancos, abdômen, monte de vênus, culotes, coxas) e/ou enxerto glúteo para obtenção de melhor contorno corporal.
A incisão é localizada região inferior do abdômen, sendo menor que a da abdominoplastia tradicional e não é necessário cicatriz em torno do umbigo. A cicatriz será posicionada de forma a ficar escondida sob o traje de banho. Assim como na abdominoplastia, a pele e a camada de gordura abdominal são cuidadosamente separadas dos músculos da região. A ação que produz uma parede abdominal plana afinando a cintura recebe o nome de plicatura, ou seja, pontos cirúrgicos efetuados para unir os músculos reto abdominais.
O passo seguinte é a remoção do pequeno excedente cutâneo na parte inferior do abdômen. O fechamento é então realizado reconstruindo-se a adesão entre a camada de gordura e a musculatura. Isso evita a formação de líquido na região além de excluir a necessidade do uso de drenos na maioria dos pacientes.
Finalmente, a sutura da incisão é realizada sendo associada a um curativo que deve ser mantido fechado durante três a sete dias. Com isso, o abdômen tende a ficar plano e firme sem excesso de pele além da obtenção de uma cintura mais fina.
- Recuperação e Cuidados
Recomenda-se o uso de uma malha de compressão durante 30 dias. A vestimenta apertada auxilia a reduzir o edema e evita a formação de líquido, além de oferecer conforto ao paciente e auxiliar no processo de cicatrização. Logo após o procedimento o paciente pode ter dificuldade em ficar na posição ereta e mesmo assim indica-se pequenas caminhadas imediatamente a recuperação anestésica para melhorar o fluxo sanguíneo e a respiração. A alta do procedimento de abdominoplastia ocorre entre 12 e 24 horas.
O curativo pode ser molhado em 48 horas e após o banho deve ser seco com um secador de cabelos. Entre 5 e 7 dias, os pacientes são liberados para a drenagem linfática que irá auxiliar no processo de reabsorção do edema. Recomenda-se que o paciente ande levemente curvado, ou seja com o tronco em flexão, por uma a duas semanas – período no qual a maioria dos pacientes também estará apta a retornar ao trabalho. Indica-se também evitar exercícios e atividades mais intensas no período de seis semanas após a cirurgia.
Assim como qualquer procedimento cirúrgico recomenda-se evitar a exposição direta ao sol por três meses (tendência a pigmentar a cicatriz e a aumentar o edema) além de manter a pele bem hidratada. É importante manter a cicatriz coberta com uma fita elástica ou uma tira de silicone. Técnicas de massagem e de hidratação da cicatriz também podem ser realizadas. Recomenda-se o uso de heparina subcutânea por 7 a 10 dias para prevenção de embolia pulmonar e trombose venosa profunda.
- Resultados
A avaliação dos resultados deverá ser feita depois de seis meses, pois é somente após este prazo que a reabsorção do edema estará completa. Em alguns casos, algum retoque pode ser necessário mas o mesmo não deve ser feito antes de seis meses. Novas gestações e variações de peso podem comprometer os resultados alcançados. Entretanto, esses resultados podem ser mantidos por vários anos em pacientes com dieta adequada e exercícios físicos regulares.
Dr. Eduardo Dalberto
CREMERS 31347
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)