Quais são as possibilidades para a reconstrução da mama?

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo sendo também o mais comum entre as mulheres. Especificamente no Brasil, esse percentual é um pouco mais elevado e chega a 28,1%. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente nas mulheres das Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste (Dados: INCA). O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura.

O tratamento inclui a remoção cirúrgica total ou parcial da mama, que pode ser associada a quimioterapia e/ou a radioterapia. A perda da mama representa um grande impacto físico e emocional para a mulher. Por esse motivo, a Reconstrução da Mama pode melhorar radicalmente a autoestima, a autoconfiança e a qualidade de vida.

A Reconstrução da Mama envolve vários procedimentos em múltiplos estágios, podendo ser realizada no mesmo tempo cirúrgico da mastectomia (remoção parcial ou total) ou posteriormente – após a recuperação da cirurgia e também dos tratamentos complementares.

Grandes avanços ocorreram nas últimas décadas, como por exemplo: 1) avanços na qualidade dos implantes: diversos formatos e tamanhos, mais resistência e segurança, melhor textura e consistência; 2) amplo conhecimento sobre a fisiologia dos retalhos; 3) incorporação da microcirurgia; 4) desenvolvimento da lipoenxertia: modelagem com enxertos de gordura da própria paciente; 5) engenharia de tecidos com o uso de matrizes dérmicas acelulares (ainda pouco disponíveis no Brasil).

As principais opções para reconstrução mamária consideram o uso de:

  • Implantes Mamários Isolados: indicado em uma minoria dos casos, pois habitualmente não há tecido suficiente para cobertura da mama.

  • Retalhos locais: esse tipo de reconstrução utiliza o tecido remanescente da própria mama. Dessa forma é indicado para os casos com retirada parcial da mama.

  • Expansor de Tecidos: trata-se de um dos métodos mais utilizados atualmente. É um processo um pouco mais demorado, pois é necessário enchê-lo gradualmente para expandir a pele (esse período leva em torno de três meses). Quando este estiver inflado, um segundo procedimento cirúrgico será necessário para substituir o expansor por uma prótese.

  • Enxertos de Gordura: aplicação de gordura da própria paciente obtida através de lipoaspiração, geralmente em associação com outras técnicas para melhor cobertura e disfarce dos implantes, além do aumento de volume e do preenchimento de áreas retraídas ou deprimidas.

  • Retalho TRAM: usa como doador o músculo reto abdominal, a gordura e a pele da parte inferior abdômen (semelhante a uma abdominoplastia). Na maioria dos casos esse retalho não necessita ter um implante associado, visto que apresenta um volume bastante adequado para modelar a mama.

  • Retalho do músculo grande dorsal: utiliza o músculo, a gordura e a pele originados no dorso. Frequentemente necessita ser associado a um expansor de tecido e/ou implante, devido ao pequeno volume de tecido.

  • Reconstrução com retalhos microcirúrgicos.

A reconstrução da aréola (por micropigmentação ou por enxerto de pele), do mamilo e a simetrização com a mama contralateral são procedimentos fundamentais para a obtenção de bons resultados. Finalmente, podemos dizer que a Reconstrução da Mama é de grande importância no tratamento global da paciente com câncer de mama, melhorando significativamente a autoestima e a qualidade de vida.

Vale lembrar que o mais importante é o diagnóstico precoce, sendo fundamental o autoexame e acompanhamento regular com o médico ginecologista. É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. 

Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são: Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor; Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; Alterações no bico do peito (mamilo); Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço; Saída espontânea de líquido dos mamilos.

Saiba mais sobre prevenção e autoexame com a Campanha Outubro Rosa: http://www.inca.gov.br/outubro-rosa/

Para mais informações consulte a página de Procedimentos aqui no site ou entre em contato através das seções Atendimento e Contato.

Dr. Eduardo Dalberto
Cirurgião Plástico . CREMERS 31347
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)