

Gestações e oscilações de peso, podem levar a alterações no contorno corporal tais como a flacidez de pele, o abdômen em avental, a gordura localizada e a diástase muscular.
Atualmente, a associação da lipoaspiração com a abdominoplastia ou a miniabdominoplastia melhorou consideravelmente os resultados dessas cirurgias, permitindo a melhora do contorno corporal e o afinamento da gordura subcutânea abdominal – que não era possível somente com a abdominoplastia.
Mais recentemente, a incorporação do conceito de lipoaspiração de definição anatômica, tornou os resultados ainda mais naturais com o realce das bordas dos músculos – “quebrando o estigma de abdômen operado”.
⚠️ A cirurgia plástica do contorno corporal não é uma cirurgia para emagrecimento.
Sabemos que a cirurgia do contorno corporal deve ser apenas um detalhe, em meio a um projeto mais abrangente.
Trata-se de um procedimento para tratamento de flacidez, melhora de gordura localizada e fechamento da diástase muscular – com isso ocorre uma melhora do contorno corporal. Existem basicamente dois motivos para emagrecer antes da cirurgia: Segurança e Resultado.
Eu costumo adotar o IMC 29 (índice de massa corporal) como ponto de corte por questões de segurança. Obviamente que, quanto menor o IMC, e melhores forem os cuidados com alimentação e atividade física, melhores serão os resultados.
Por questões de segurança, principalmente em conjunto com a abdominoplastia, a lipoaspiração deve ser realizada com bastante cuidado. Isso porque a lipoaspiração muito agressiva em algumas áreas do abdômen pode ocasionar sofrimento, isquemia e necrose da pele, além de fibroses e irregularidades. É necessário manter uma camada de gordura abaixo da pele, afim de prevenir essas complicações importantes.
A miniabdominoplastia é indicada para pacientes com flacidez muito leve, usualmente localizada no abdômen inferior. Também é uma boa indicação para pacientes com cicatriz de cesariana inestética – “cicatriz deprimida”. Em relação a abdominoplastia, tem a vantagem da cicatriz ser um pouco menor e não ter cicatriz em torno do umbigo.
A abdominoplastia por sua vez, é indicada para pacientes com um grau maior de flacidez. Nesse caso, a cicatriz fica na parte inferior do abdômen e em torno do umbigo.
Um dos estigmas das abdominoplastias antigas é o abdômen reto e artificial. Atualmente, associamos a lipoaspiração um pouco mais intensa na linha média superior e nas bordas laterais do reto abdominal, o que permite um abdômen mais natural (com luz e sombra) quebrando o aspecto artificial.
O afastamento dos músculos retos abdominais é uma das principais alterações estéticas pós gestação. O fechamento da diástase é uma etapa fundamental na cirurgia plástica abdominal, afim de amenizar o estômago alto.
Além do fechamento da diástase, a lipoaspiração da gordura subcutânea e a remoção do excesso de pele amenizam esse aspecto.
Obviamente, que a paciente necessita estar no peso ideal e com prática regular de atividade física, afim de desenvolver a musculatura. A lipoaspiração por si só não criará músculos, mas permite que eles apareçam com mais facilidade.
Embora as alterações abdominais sejam a queixa principal, é fundamental tratar totalmente o tronco afim de melhor contorno corporal e a cintura para evitar estigmas.
As gordurinhas do soutien, flancos e glúteos também devem ser tratadas. A lipoaspiração da região dorsal e dos flancos, bem como a lipoenxertia glútea também são aspectos importantes da cirurgia.
Sabemos que a lipoaspiração é excelente para remover a gordura, mas usualmente não melhora a flacidez. Especialmente na região do dorso (gordurinhas do soutien), o uso de tecnologias de retração de pele é um importante adjuvante no tratamento dessa região.
Pacientes com flacidez acentuada na região dos flancos, glúteos e lateral de coxas necessitam de uma cirurgia um pouco mais extensa.
Em pacientes que tenham mais flacidez nos flancos, a incisão é prolongada para a região lateral posterior, afim de melhorar a flacidez nessa região.
Já a abdominoplastia circunferencial ou 360°, é indicada para pacientes com flacidez acentuada na região dos flancos, glúteos e lateral de coxas. Além disso, pacientes com o formato do corpo em “V” também podem beneficiar-se muito dessa técnica.
Em praticamente todas as cirurgias adotamos o protocolo ERAS (Enhanced Recovery After Surgery), que tem os seguintes princípios:
1) Educação e otimização do paciente no pré operatório,
2) Analgesia (iniciada no pré-operatório) com diferentes classes de medicamentos,
3) Prevenção de náusea e vômitos,
4) Movimentação precoce, entre outros.
A cirurgia usualmente é realizada com raquianestesia e sedação ou anestesia geral com duração de 3 a 5 horas a depender da extensão. Usualmente, o tempo de internação é de 1 dia.
O retorno ao trabalho ocorre em cerca de 15 dias. Em 30 dias as pacientes são liberadas para atividade física leve e em 90 dias para exercícios mais intensos. Na miniabdominoplastia, quando não é necessário correção da diástase, não há restrição de atividade física após 30 dias.
Observamos o seguimento do protocolo ERAS para otimizar a sua recuperação. Apesar da recuperação ser excelente e com dor bem controlada na maioria das vezes, lembre-se que o tempo de cicatrização não mudou. Isso significa que idealmente você deve organizar um tempo para descansar e repousar, afinal trata-se de uma cirurgia importante para você.
Ficou com alguma dúvida?
A consulta presencial é fundamental para a criteriosa avaliação global do procedimento a ser realizado conforme a orientação do CFM e da SBCP. Converse com o seu cirurgião plástico de confiança. Somente um profissional habilitado pode indicar quais são as opções mais adequadas para você.
Dr. Eduardo Antônio Dalberto (CRM 31347/RS . RQE 26266)
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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