
Desde o advento dos implantes mamários na década de 60 ocorreu grande avanço na qualidade e na variedade dos implantes, assim como nas técnicas cirúrgicas e de segurança. Todavia, é notório que os implantes não são dispositivos vitalícios, em algum momento, será necessário abordar essa questão com a paciente.
Sabemos que a Mamoplastia é um dos procedimentos estéticos mais procurados pelas mulheres atualmente. Com o passar do tempo, os implantes podem ser substituído ou não, sempre conforme a indicação médica e o desejo da paciente.
Vamos abordar a seguir as situações em que o implante não será substituído.
Essa é a situação mais comum. A paciente colocou o implante a algum tempo mas, no momento atual, a prótese não faz mais sentido na sua vida ou ela necessita passar por uma cirurgia secundária e não quer mais ter preocupações com a manutenção dos implantes.
Quando o implante passa a ser motivo de preocupações da paciente com a doença do silicone e/ou o linfoma anaplásico de grandes células. Apesar da doença do silicone ainda não ser cientificamente comprovada e do linfoma anaplásico de grandes células ser raro, muitas pacientes têm preocupações com essas situações e desejam remover as suas próteses com o objetivo de diminuir esse risco.
O explante é indicado em pacientes que tenham a tendência a ter contratura capsular dos implantes de grau mais alto por 2 ou 3 vezes.
O explante é indicado também pode ser indicado quando ocorreu um aumento do tecido mamário e a paciente deseja uma redução significativa no tamanho das mamas.
Além da remoção do implante em si, é preciso considerar o manejo da cápsula.
Quando a cápsula apresenta aspecto saudável e fino ela não necessita ser removida. Nesse caso será realizada apenas a capsulotomia (abertura) para remoção da prótese. Esse caso tem a vantagem de preservar melhor o tecido mamário e facilitar a lipoenxertia.
Quando a cápsula encontra-se mais grossa e calcificada será necessário ser removida. Chamamos esse procedimento de capsulectomia, sendo que esta remoção pode ser parcial, total ou en bloc.
Cabe ressaltar que a remoção total da cápsula posterior em implantes submusculares é complexa. Isso porque, usualmente, a cápsula encontra-se aderida nas costelas e nessa situação a capsulectomia parcial (remoção somente da capsula anterior) pode ser melhor indicada. Capsulectomia en bloc é quando removemos a cápsula em conjunto com a prótese e uma margem de tecido saudável, sendo que este procedimento seria indicado somente no caso de doença maligna.
As mulheres que já têm um volume adequado de tecido mamário e não têm flacidez nas mamas podem realizar apenas o explante. Todavia pode ser necessário realizar tratamentos adicionais para reconstruir a forma e a posição das mamas (mastopexia), o contorno lateral (lipoaspiração) e o volume (lipoenxertia).
É necessário ter em mente que o resultado do explante é diferente de uma cirurgia de colocação do implante. Esse resultado depende fundamentalmente da proporção entre o tecido mamário e o tamanho do implante. Quanto mais tecido mamário e menor o volume do implante melhor tende a ser o resultado.
A mastopexia é indicada para as pacientes com ptose da mama e sobra de pele. Sempre que possível, optamos por técnicas com short scar (cicatrizes mínimas).
Lembramos que com o explante, o colo não ficará tão marcado, proporcionando um aspecto mais natural para as mamas.
Uma queixa comum das mulheres, é o acumulo indesejado de gordura nas axilas e laterais das mamas, o que confere aspecto quadrado e alargado. Quando identificamos essa alteração, podemos realizar uma lipoaspiração de definição nessa região.
Usualmente, a lipoenxertia (enxerto de gordura ) é indicada para o aumento de volume e a melhora da forma da mama após o explante. Usualmente, coletamos a gordura através de lipoaspiração de alguma área de gordura excedente, indesejada pela paciente ou desproporcional.
Para a otimização do resultado, muitas vezes será necessário mais de uma sessão de lipoenxertia.
As áreas mais comuns são as laterais das mamas, o abdômen e os flancos. Sabemos que o resultado da lipoenxertia já é excelente pelo método tradicional, mas a técnica One S.T.E.P.® tem o potencial teórico de melhorar ainda mais a qualidade do enxerto de gordura.
A utilização do tecido adiposo na medicina regenerativa tem encontrado grande crescimento em todo o mundo. O laser One S.T.E.P.® promove a colheita do tecido adiposo rico em células-tronco mesenquimais porque é o único laser com comprimento de 1.210 nanômetros, o que permite a passagem pelo tecido adiposo sem lesar a célula de gordura. Ele destrói o tecido conectivo preservando a integridade da gordura e permitindo que ela seja reaproveitada, por exemplo, em reconstruções mamárias, na correção de deformidades de contorno, entre outros.
O uso da técnica One S.T.E.P.® para isolamento de ASCs demonstrou ser um método eficaz para coletar células de ASCs, preservando suas características de células-tronco mesenquimais, que possuem alta capacidade pluripotente e se reproduzem e repopulam estruturas lesionadas do corpo. O material coletado possui mais de 90% de viabilidade celular e é fotoativado, aumentando a síntese de ATP das células regenerativas coletadas.
ONE S.T.E.P. TECHNIQUE TM IS EFFICIENT IN HARVESTING MESENCHYMAL STEM CELLS FROM HUMAN ADIPOSE TISSUE. Levy, D et al. Cytotherapy, Volume 23, Issue 4, 29.
A cirurgia de Explante Mamário usualmente é realizada em caráter ambulatorial, com três horas de duração. Realizamos o procedimento sob anestesia geral e a paciente tem alta no mesmo dia.
Em praticamente todas as cirurgias adotamos o protocolo ERAS (Enhanced Recovery After Surgery), que tem os seguintes princípios:
1) Educação e otimização do paciente no pré operatório,
2) Analgesia (iniciada no pré-operatório) com diferentes classes de medicamentos,
3) Prevenção de náusea e vômitos,
4) Movimentação precoce, entre outros.
As pacientes tem liberdade de movimentação dos braços desde o primeiro dia, todavia devem evitar forçar os braços para cima e para trás, além de não carregar mais de 15 kg por 30 dias. Os exercícios intensos para membros superiores devem ser evitados por 3 meses, mas as pacientes são liberadas para exercícios de abdômen e membros inferiores com 15 dias de pós-operatório. A liberação para o trabalho não braçal ocorre em 48 h e para dirigir em 7 dias.
Apesar da recuperação ser excelente e com dor bem controlada na maioria das vezes, lembre-se que o tempo de cicatrização não mudou. Isso significa que idealmente você deve organizar um tempo para descansar e repousar, afinal trata-se de uma cirurgia importante para você.
Ficou com alguma dúvida?
A consulta presencial é fundamental para a criteriosa avaliação global do procedimento a ser realizado conforme a orientação do CFM e da SBCP. Converse com o seu cirurgião plástico de confiança. Somente um profissional habilitado pode indicar quais são as opções mais adequadas para você.
Dr. Eduardo Antônio Dalberto (CRM 31347/RS . RQE 26266)
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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